ANÁLISE TEMPORAL DE ALTERAÇÕES NAS ÁREAS DE MANGUEZAIS E APICUNS DO BRASIL ENTRE 1985 A 2019
Palabras clave:
Ecossistema, Mangue, Desmatamento, Supressão.Resumen
O manguezal é um ecossistema costeiro de extrema importância biológica, ecológica e geoquímica, que disponibiliza uma série de bens e serviços à zona costeira. São berçários para muitas espécies de valor ecológico e econômico, sendo produtores primários, além de atuarem no sequestro de carbono. O Brasil é o segundo país no mundo em área total de manguezais, possuindo a maior área contínua de manguezais do planeta, localizada na zona costeira da Amazônia Legal. Ameaças antrópicas constituem efetivos problemas sobre o manguezal, como o avanço da malha urbana, da aquicultura e agricultura, do desmatamento, que promovem destruição e supressão dos mangues e apicuns, o que tem se tornado cada vez mais frequentes. O presente estudo tem por objetivo analisar em uma série temporal de 35 anos, as potenciais alterações de área que podem ter ocorrido nos manguezais e apicuns brasileiros. Foram utilizados dados da coleção 5 do projeto MapBiomas de 1985 a 2019 e estes dados foram organizados, tabulados e submetidos a uma Análise de Componentes Principais (ACP) com a finalidade de identificar tendências de aumento ou decréscimo de áreas e os tipos de uso e ocupação do solo responsáveis por essa alteração. De 1985 a 2003, a área de mangues apresentou um expressivo evento de incremento na ordem de 556.153 km² (um aumento percentual de 5,92%), seguido de uma tendência de redução de áreas, entre os anos de 2003 a 2019, com um valor de perda de área de 282.763 km² (uma perda percentual de 2,84 %). Contudo, analisando os valores presentes na série temporal "ano a ano", é possível constatar dois padrões: uma forte tendência de aumento da área de mangues entre 1985 a 2003 e uma tendência atual de redução de área entre os anos de 2003 a 2019. A variação das áreas de apicum ocorreu de maneira positiva no primeiro momento, saindo de 547.933 km² em 1985 e atingindo valor máximo em 1999 de 727.826 km², acompanhado de um decréscimo de áreas até o ano de 2004 (518.420 km²), seguido por ciclos de ganho e perda de áreas. Embora apresente um valor positivo no ano de 2019 (629.045 km²), é notável a tendência negativa na variação de sua área. Os resultados obtidos pela ACP apontaram que a malha urbana e a aquicultura são os principais responsáveis pelo declínio das áreas de manguezal que ocorreu entre os anos de 1999 e 2019. Devido a sua importância socioambiental, deve-se observar com atenção as ameaças direcionadas aos manguezais. Sendo assim, torna-se necessário a criação de um programa inédito, para o governo brasileiro, de monitoramento dos manguezais e apicuns, tendo por base, a forte tendência de decréscimo de suas áreas nos últimos 20 anos.
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